terça-feira, 12 de junho de 2007

Alguns termos

É interessante quando nós vamos nos conhecendo, percebendo as mudanças que ocorrem na gente, conhecendo melhor a bipolaridade, como criamos alternativas de escape, utilizamos com mais freqüência alguns dados, criamos hábitos. Muitas vezes consciente e outras inconsciente.

Hoje eu reparei na forma com que falo sobre algumas coisas, os termos que emprego, não para suavizar para mim o enfrentamento do fato, mas para não chocar quem me ouve ou lê.

Estava no médico e quando fui me referir a uma tentativa de suicídio, percebi que eu não falava essa palavra há anos, mas ao invés dela utilizo auto-extermínio, pois é menos usual, então quem ouve ou lê não assimila com tanto impacto quanto se eu falasse suicídio.

Outra colocação que também estive pensando, ao ler algumas pessoas num fórum de discussão, é sobre como eu me refiro à relação eu x transtorno bipolar de humor. Muita gente fala: eu sou bipolar, eu sou boderline, eu sou depressivo. Enquanto eu falo, eu tenho transtorno bipolar de humor.

Ora, eu sou uma pessoa, um ser humano, não uma doença. Generalização? Não, racionalização mesmo. Bom se eu sou bipolar, e fulano também é, então tínhamos que tomar a mesma medicação, não é?

Somos seres individuais, cada qual com sua especificidade patológica, o transtorno bipolar é uma doença, e não uma pessoa. Não gosto de personalizar doença, isso se chama estigmatizar, discriminar. Quem é que gosta de ser discriminado aqui?

Tudo bem, todos nós, com ou sem um diagnóstico de bipolaridade, já foi discriminado algum dia por algum motivo, devemos aprender a lidar com isso, mas gostar é outro departamento.

Definitivamente não gosto desse tipo de generalização, ou uso popular, afinal quando gripo não sou nenhuma gripada, eu fico gripada. Logo eu não sou bipolar eu tenho um transtorno bipolar.

Um comentário:

Anônimo disse...

O transtorno depressivo tem vários aspectos a serem considerados, nem mesmo os estudiosos do assunto estão unãnimes na questão das alterações bioquímicas de serotonina e noradrenalina; na questão comportamental, como resposta das alterações acima. Sabe-se que há uma diminuição desses mediadores neuroquímicos, porém não se tem parâmentros da quantidade diminuída de serotonina e noradrenalina versos sintomas da depressão, principalmente nos sintomas-resposta do paciente.