terça-feira, 12 de junho de 2007

Relacionamentos

Hoje é dia dos namorados, pensei que fosse acordar triste porque estou só, mas pelo contrário, acordei animada, levantei, tomei café e passei a manhã lendo uma revista de filosofia, após uma noite de debate pela Internet via e-mail com pessoas acerca da filosofia e o que ela representa para a sociedade.

A tarde eu fui ao médico, meu psiquiatra, um lugar que me sinto extremamente segura, bem. Parece que todos os meus tormentos somem ali, esqueço de tudo aquilo que me irrita, que não está legal comigo. Viajo, entro numa emoção inigualável, algo do tipo você está morrendo de sede e encontra água para beber. Nesses momentos a imprensão que dá é que todos os remédios fazem efeito ali, somente ali.

Mas nem tudo são flores no meu dia, a noite chegou, e junto dela a depressão, aquela sensação gostosa de tranqüilidade desapareceu, e deu lugar a solidão, ao medo, ás lembranças.

Solidão pelo dia e ver amigos acompanhados, fazendo programas juntos, medo de ficar numa solidão eterna, e lembranças do meu passado, dos relacionamentos que tive e que tanto me fizeram mal.

Engraçado que a tarde falei deles e nada me causou, mas a noite sozinha as lembranças eram como navalhas abrindo frestas em minha mente, e cada fresta se transformando num abismo sem fim. O sentimento, a sensação é tão forte que parece que vem de fora, cai nesses abismos e toma todo o corpo causando um tremor interno, uma agitação, sinto o sangue correr mais rápido, trinco com mais força os dentes, mexo a todo momento no cabelo, coço o nariz, balanço as pernas, o coração se acelera, e finalmente a ansiedade misturada a um vazio depressivo se instalou.

Essa lacuna em minha vida pessoal ainda está uma incógnita para mim. Ao passo que quero alguém para conversar, para sair, enfim para me relacionar, por outro lado não quero, não quero alguém que ache que dou piti, ou que estudo demais, ou que sou autoritária, etc. Ai de mim se ousar falar que quero alguém a minha altura, em termos intelectuais, seria ainda mais massacrada, rejeitada, taxada como arrogante.

Talvez seja por isso que sempre me relacionei com pessoas com um nível intelectual bem diferente do meu, sempre bem a baixo do meu, pessoas que nem sequer ouviu falar em Nietzsche, ouviram sobre platonismo, mas nem sabem que a palavra deriva de Platão.

Foram tantos que vacilaram, me fizeram sofrer, entrar nessa cova que me encontro que sinto medo quando alguém interessante se aproxima, eu logo uso todo meu potencial intelectual para assustar essa pessoa e afastá-la de mim.

Meu conhecimento se transformou ao mesmo tempo em defesa e meu maior inimigo.

Um comentário:

DanCurty disse...

Nossa!!! è exactamente isso que sinto..quero ficar sozinha e ao mesmo tempo quero estar com alguem, sinto um vazio e um medo da solidão quando vai chegando a noite!!! Durante o dia tudo bem ok...minha mente esta ocupada,mas a noite eu desmorono e fico triste,ansiosa e sem saber o pq, acabo deixando as pessoas intrigadas comigo, pq não seu falar o que eu tenho ou o que eu estou sentindo!quero mais informações sobre a bipolaridade,sabe descobri que tenho isso ha anos mas achei que fosse algo normal, meu namorado falou e brincou com os fatos e na verdade eles se tornaram reais...Sera esse o motivo de meus relacionamentos durarem pouco tempo.Quero muito me curar!!